David Blanco: "Esta foi a mais querida"
"Esta foi a mais querida, porque precisava... não sei. Era algo que a alma e o coração me pediam para tentar. Tentei com a toda a força e, às vezes, o sonho torna-se realidade", afirmou hoje o galego da Efapel-Glassdrive, em Lisboa, em declarações à RTP após a 10.ª e última etapa.
Blanco, que já definiu a Volta a Portugal como o seu Tour, triunfou em 2006, 2008, 2009 e 2010, igualando os quatro triunfos do já retirado português Marco Chagas, e este domingo acrescentou mais um para se tornar o recordista de vitórias.
Na hora do triunfo, o seu pensamento vira-se para "muitas coisas", nomeadamente "amigos que já se foram, outros que estão mal" e todos os que o apoiam. "Quando alguém consegue fazer o que quer e desfrutar com isso, é muito bonito", acrescentou Blanco, de 37 anos.
"Este ano, a minha maior qualidade foi confiar em mim. Se não confiasse, na Torre, depois de arrancar quatro vezes, tinha ficado sentado. Tenho a cabeça dura. E também tive sorte, que é preciso", disse o espanhol, que vestiu a camisola amarela à oitava estapa, com a vitória na Serra da Estrela.
Esta época marcou o regresso ao pelotão português, depois de uma frustrante experiência na extinta Geox em 2011, que o levou a pensar em abandonar o ciclismo.
"Foi um ano muito mau", contou Blanco, que passava "um dia bem e quatro maus", até os médicos descobrirem que tinha uma batéria no estômago que o "comia por dentro". "Foi a partir daí que me tornei uma pessoa normal", explicou Blanco.
Com a retirada em perspetiva, os últimos três meses de 2011 foram passados em férias e sem tocar em bicicletas, mas o desejo do "penta" falou mais alto, apesar de só ter começado a treinar em janeiro: "A Volta a Portugal foi a motivação para continuar a correr".
Agora, tendo sua a mulher a viver "fora da Europa, muito longe", David Blanco não tem uma decisão tomada sobre o seu futuro, afirmando que "há que pensar".